O Instituto SAS informou ontem que rompeu o contrato com quatro empresas que atuavam na prestação de serviços terceirizados, em Americana, as quais, segundo investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do MP (Ministério Público) – Núcleo de Sorocaba, irrigaram o esquema fraudulento comandado pelo ex-gestor do órgão, Fábio Berti Carone. A Prefeitura informou que a ordem era para que os repasses fossem feitos apenas para a folha de pagamento dos funcionários, entretanto, de acordo com o Gaeco, entre fevereiro e julho do ano passado, Carone desviou R$ 88 mil dos cofres públicos americanenses por meio de emissão de notas frias e superfaturamento de serviços.
As empresas Planos Administração Hospitalar Ltda; Mille Med Serviços Médicos Ltda; Indaiamed Serviços Médicos Ltda e Globalvita Saúde Ltda tiveram os contratos suspensos pelo SAS, sem remuneração. A empresa Planos está em nome de Carone, enquanto as outras, segundo o Gaeco, está em nome de familiares do ex-gestor, que foi preso em dezembro acusado de comandar uma quadrilha que desviou aproximadamente R$ 10 milhões em contratos para a gestão da saúde em cidades dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. De acordo com o MP, em escuta telefônica interceptada pelo Gaeco no dia 18 de julho de 2012, com autorização da Justiça, Carone ligou para um contato financeiro do SAS para saber quanto ganhou com o contrato de Americana.
“O intuito é saber o total do valor desviado em seu benefício relativo ao contrato de Americana”, diz trecho do relatório do Gaeco em relação à ligação, ao qual tivemos acesso. “Em seguida, Fábio (Carone) aponta a somatória dos valores recebidos desde o início do contrato, só por suas empresas, totalizando o importe de R$ 88 mil”, cita o relatório. Para o MP, o prefeito Diego De Nadai (PSDB) e o secretário de Saúde na cidade de Americana, Fabrizio Bordon, receberam propina de R$ 80 mil mensais de Carone.
DESLIGADO
Em nota, o SAS informou que os contratos foram “suspensos sem remuneração” e que Carone foi desligado em dezembro do ano passado. Já a Prefeitura de Americana informou que nunca efetuou nenhum pagamento a nenhuma empresa. Os repasses, de acordo com a Administração, eram feitos diretamente ao instituto e diante da falta de recursos a ordem era para que eles fossem destinados exclusivamente ao pagamento de funcionários.
Segundo a Prefeitura, a Comissão de Sindicância está analisando minuciosamente todos os contratos do instituto com terceiros. A Prefeitura informou também que está à disposição para prestar todos os esclarecimentos à procuradoria e provar que as denuncias não procedem. A reportagem não conseguiu contato com as empresas investigadas pelo MP.
Fonte: Jornal O Liberal