O Cadastro Nacional de Adoção tem 80 casais da cidade Americana que aguardam na fila para receber crianças que estão abrigadas à espera de um novo lar. Os dados sobre as crianças disponíveis para adoção na cidade não foram informados pelo Tribunal de Justiça.
A maioria foi encaminhada para adoção devido à destituição do poder familiar. Uma minoria se refere a bebês onde a mãe já informa no próprio hospital que não pretende criar o filho, segundo a Promotoria da Infância e Juventude de Americana.
O CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que organiza o cadastro nacional, informou que 26.936 pretendentes estão aguardando para receber um filho adotivo. Mas, o número de crianças e adolescentes disponíveis para adoção é bem inferior, 4,9 mil, o que gera maior demora, principalmente devido aos critérios escolhidos pelos pretendentes para receber o menor.
Entre os interessados cadastrados, 13.115, o que representa 48,69% são da região Sudeste. São Paulo tem o maior número de inscritos no país, um total de 7.162. O Rio Grande do Sul fica em segundo lugar com maior número de pretendentes a adoção, 4.248. Os estados localizados no Norte do país têm menor número de interessados em adotar crianças. No Acre, são 63 inscritos; no Amazonas, 49; em Alagoas, 39; e no Amapá, 29.
A lista do cadastro nacional tem 4,9 mil crianças e destas 1.657 são brancas, outras 916 são negras, 35 são orientais, 2.272 são pardas e 29 indígenas. Um total de 1.681 crianças e adolescentes possuem irmãos cadastrados no sistema.
O promotor da Infância e Juventude de Americana, Rodrigo Augusto de Oliveira, explicou que algumas crianças são destinadas a adoção logo após a mãe dar à luz no Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi. Outras são provenientes da destituição do poder familiar. Mas, os pretendentes fazem algumas seleções que acabam dificultando e até atrasando o processo de adoção.
O promotor destaca que quanto mais aberto estiver o casal para receber a criança, maiores vão ser as possibilidades. “A maioria dos casais opta por receber crianças de até 2 anos. Então com isso acabam restringindo muito, porque muitas vezes surge a possibilidade concreta de colocar em adoção a criança depois dessa fase”, informou Oliveira.
Os motivos para a seleção são vários, mas geralmente os pais adotivos explicam que pretendem iniciar a formação da criança.
Os dados do CNJ reforçam a análise do promotor. O Cadastro Nacional de Adoção aponta que no Sudeste 33,42% dos pretendentes aceitam somente crianças brancas; 2,78%, somente negros; 6,93%, apenas pardas; e 1,56%, indígenas.
Fonte: Jornal O Liberal