O CRM (Centro de Referência da Mulher) de Americana recebe, em média, 40 novos casos de violência doméstica todos os meses, o que representa mais de um caso por dia. A maior parte dos atendimentos, aproximadamente 90%, são mulheres que sofrem algum tipo de violência psicológica.
Segundo a coordenadora do CRM, Vera Lúcia Delfaque Firmino, o atendimento às mulheres violentadas fisicamente pelo seus parceiros chega a 30%. O restante, 70%, são os casos em que elas pedem auxílio jurídico quanto aos seus direitos na separação. “Independente da ajuda que ela (mulher) vem buscar, na maioria das vezes é preciso passar por acompanhamento psicológico”, afirma.
Vera ressalta que nem todas as mulheres atendidas pelo órgão, que pertence à Secretaria de Promoção Social, registram Boletim de Ocorrência e são amparadas pela Lei Maria da Penha. “Aqui, nós só damos o acolhimento. Ela é que decide o que fazer”, explica.
A não aceitação e a vergonha é uma das principais dificuldades dessas mulheres. Esse é o caso de uma mulher que pediu para não ser identificada que procurou o CRM como voluntária por não ter coragem de assumir a violência que sofria na relação com seu marido, com quem foi casada por sete anos. “A violência era construída por nós dois, só que eu é que apanhava”, conta.
Atualmente, a prefeitura não possui um programa que auxilie, de forma permanente, as mulheres que optam por sair de casa. Há o CAM (Centro de Atendimento ao Migrante) onde a mulher pode ficar nos casos de medida de segurança (48 horas) prevista na Lei Maria da Penha.
Somente este ano, o CAM recebeu seis mulheres nesta condição. A secretária de Promoção Social, Leila Mara Pessoto de Paula, afirma que em Americana não há demanda de casos para que seja preciso a implantação de um projeto que dê apoio á moradia. “A mulher tem todo o apoio que ela precisa para o momento”, afirma.
Fonte: Todo Dia