O CAM (Centro de Atendimento ao Migrante) da cidade de Americana diminuiu sua capacidade de 40 para 25 vagas com o intuito de atender a resolução 109 da nova cartilha do Suas (Sistema Único de Assistência Social), que entra em vigor no dia 1º de janeiro. Segundo a resolução federal, os albergues poderão atender apenas casos de proteção ao cidadão. Anteontem, uma entidade tentou acomodar cinco migrantes no local, entretanto, não foram atendidos. As pessoas tiveram que pernoitar na rua. A direção do CAM informou que o local já está se adaptando à nova legislação. Nessa época, o aumento de migrantes no município chega a 20%.
“Realmente aconteceu de pessoas chegarem até o CAM ontem (anteontem) e não serem acolhidas. O problema não é da Prefeitura ou do governo estadual. Existe uma norma federal que deve ser respeitada por todas as cidades. Nós já estamos na fase final uma vez que a Lei entra em vigor já no primeiro dia de 2012”, afirmou o assistente social do CAM, Antonio Carlos Zanóbia. Segundo ele, para o governo federal, os programas de inclusão social, como o Bolsa Família, e disponibilidade de empregos em todas as regiões, fez com que fosse repensada a utilização de albergues como dormitórios.
Na RPT (Região do Polo Têxtil), segundo dados tabulados pela Câmara Temática da População de Rua do Conselho de Desenvolvimento da RMC (Região Metropolitana de Campinas) referentes a janeiro deste ano, 318 pessoas passaram por atendimento no CAM. O número é 261,4% maior, quase quatro vezes superior ao número de atendimentos realizados no mesmo período em Santa Bárbara, Sumaré e Hortolândia, quando somados. Nova Odessa não forneceu dados.
Revolta
Anteontem, o não acolhimento de cinco migrantes, causou revolta no voluntário Sérgio Pinheiro Júnior, de 19 anos, que realiza um trabalho social para a Igreja Batista Adonai de Americana, junto aos moradores de rua. “Simplesmente eles disseram para eles dormirem na rua. Isso é inadmissível. O prefeito gasta milhões com reforma de praças e deixa um ser humano dormir na rua”, desabafou ele.
Fonte: Jornal o Liberal