A Polícia Civil de Cosmópolis instaurou ontem o inquérito policial para investigar as causas do acidente aéreo que matou duas pessoas na última sexta-feira, na cidade. A aeronave de pequeno porte havia partido do Aeroporto Augusto de Oliveira Salvação, em Americana, por volta das 17h, e caiu pouco tempo depois numa represa, após bater em cabos de alta tensão da rede elétrica que passa sobre a Usina Ester, na cidade de Cosmópolis, às margens da Rodovia Professor Zeferino Vaz.
As primeiras investigações dão conta de que as peças do ultraleve modelo RV 9 foram compradas em 2008 nos Estados Unidos e montadas em Americana. O montador do kit mora em Porto Alegre e não teve o nome revelado, mas será uma das testemunhas ouvidas, na quinta-feira. “Será uma importante testemunha, pois poderá me apresentar todos os comprovantes de venda e documentos da aeronave. Fiz um ofício para a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) pedindo essas documentações também”, afirmou o delegado responsável pelo caso, Fernando Fincatti Periolo.
Ontem, apenas os policiais militares e civis que atenderam a ocorrência prestaram depoimento na delegacia na cidade de Americana. Os familiares das duas vítimas – Roberto Simões de Castro, 63 anos, de Jundiaí, e sua nora, Renata Nicolodi Pereira de Castro, 30, de Florianópolis – também serão ouvidos, mas em suas cidades, através de cartas precatórias. O delegado ainda vai aguardar a conclusão dos laudos pericial e necroscópico para apurar se a morte do piloto ocorreu antes do acidente por motivos de saúde, como um infarto.
“Já foi feito o laudo pericial e necroscópico, só que agora demoram alguns dias para eles serem concluídos. Neste período vamos ouvir o fabricante do ultraleve, funcionários da usina, parentes e policiais envolvidos no acidente, para apurar se houve falha mecânica ou imperícia do piloto”, concluiu Periolo.
Os corpos das duas vítimas foram retirados da represa no sábado, e o ultraleve, no domingo. A aeronave destruída foi encaminhada para um hangar em Louveira. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Americana, que administra o aeroporto da cidade, de onde partiu o avião, destacou por meio de nota que somente as autoridades policiais terão a responsabilidade de investigar o acidente. A pasta ainda informou que cerca de 1,3 mil pousos ou decolagens ocorrem mensalmente no aeroporto, uma média de 42 manobras por dia.
Fonte: Jornal O Liberal