A Irman (Irmandade de Misericórdia em guia de Americana) entrou na Justiça uma ação de cobrança contra a AVA (Auto Viação Americana) no valor de R$ 16,6 mil.
O processo foi protocolado segunda-feira (20) e é a quarta ação civil enfrentada pela empresa nos últimos dois meses, que chegam em R$ 361 mil.
O número não inclui processos protocolados na Justiça do Trabalho pelo Sindicato dos Motoristas de Americana e Região, que estima os débitos trabalhistas em R$ 6 milhões.
A empresa não estaria efetuando os depósitos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e não quitou verbas rescisórias de empregados, de acordo com o sindicato.
Dois dos processos de cobrança impetrados contra a AVA na Justiça foram movidos pelos ex-advogados da empresa, Alexandre Vicente Sacilotto e Vicente Sacilotto Neto.
Um deles é uma ação monitória e o outro se refere a pagamentos de honorários que não teriam sido feitos.
O terceiro foi movido pela empresa Unicap Renovadora de Pneus, que pediu a falência da AVA, no final do ano passado, por causa de um débito de R$ 88,1 mil.
O presidente do Sindicato dos Motoristas, Nadir Migliorin, acredita que a empresa tenha ainda outros débitos, cujos credores ainda não recorreram à Justiça.
Pouco antes da falência, consultas do convênio médico mantido pela Irmandade para os empregados foram bloqueadas e os trabalhadores perderam a sequência de tratamentos, além de consultas e exames na rede conveniada, devido ao corte do benefício.
O problema afetou principalmente trabalhadores afastados por auxílio-doença e aposentados por invalidez, que contavam com o convênio e pagavam metade do valor do plano.
O sindicato da categoria estimou no início do ano que 100 trabalhadores foram imediatamente afetados pelo corte. Mas, além deles, os outros 400 empregados demitidos, que estavam na ativa, também tiveram o atendimento de saúde suspenso na mesma época.
A crise
A crise na empresa se agravou depois da retomada de quatro linhas pela Artesp (Agência Reguladora dos Serviços Delegados do Transporte no Estado de São Paulo), que eram operadas na região.
As reclamações de passageiros sobre problemas nos ônibus culminaram com a medida, no ano passado.
Em janeiro deste ano, a empresa entregou 30 linhas suburbanas e metropolitanas que operava para o Grupo Rápido Luxo Campinas e encerrou as atividades.
Fonte: Jornal O Liberal