Grupo de sem-terra invade área da Usina Ester, em Americana

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiu na madrugada de ontem uma área próxima ao Sobrado Velho, na cidade de Americana, utilizada pela Usina Ester para o cultivo da cana de açúcar. Cerca de 250 famílias entraram na propriedade e montaram os acampamentos. Essa área fica ao lado do assentamento Milton Santos, do mesmo movimento, na região do Pós-Represa.

O advogado do MST, Vandré Paladine Ferreira, disse que a invasão ocorreu porque a organização entende que a área pertence à União. “A gente escolheu essa terra porque pertence à União, mais especificamente ao INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) e terra pública deve ser destinada à reforma agrária”, afirmou.

O representante da empresa Thiago Souza Barros dos Santos alega que a usina dispõe, desde 2009, de uma liminar que garante o direito de uso da terra.

A empresa arrendou a área da família Abdala. “Esse contrato está em vigor e ele tem mais de 20 anos e ainda restam cinco anos para o seu término”, afirmou.
Segundo o representante, segunda-feira a empresa vai cobrar judicialmente a eficácia da liminar que, segundo ele, garante à usina o direito de explorar a área. “Esperamos que eles (MST) saiam de maneira amigável, senão teremos que procurar a justiça”, disse.





O Movimento contesta a liminar. Para o advogado da entidade, esse recurso judicial de 2009 não está mais em vigor. “O cumprimento de uma liminar já exaure a sua tutela”, disse. “Aqui é um fato novo e deve ser analisado novamente pelo juiz”.

Ele esclareceu que sem ordem judicial válida, as famílias não vão deixar a área.

A Polícia Militar iniciou, ontem de manhã, as negociações com o movimento. O major Sérgio Ricardo Veneziani Kanno conduziu o acordo. “A contestação da liminar por parte do MST é que está dando base para o nosso acordo”, afirmou. “A conversa (com o MST) foi absolutamente pacífica e não houve indício de animosidade”, afirmou.

Ainda assim, a Polícia Militar vai manter o policiamento no local. “É para garantir a segurança deles”, afirmou.

O deputado estadual Antonio Mentor (PT) esteve no local. Para ele, a terra pertence à União. “A família Abdala tinha débitos altíssimos com o Governo Federal e esses débitos foram executados e a União tomou posse. Portanto, para nós, quem está invadindo a área é a usina”, afirmou o parlamentar.

Fonte: Jornal o Liberal





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